GitOps automatiza a infraestrutura com a fluidez do código 

Infraestrutura como código (IaC) não é exatamente uma novidade no universo da tecnologia. Mas quando juntamos Git, automação, pipelines e observabilidade em um só modelo operacional, o resultado ganha um nome cada vez mais presente em projetos modernos: GitOps. 

Apesar de parecer apenas mais um buzzword entre tantas que surgem todos os dias, GitOps tem se consolidado como eficiente, seguro e previsível para gerenciar infraestrutura —especialmente em ambientes baseados em containers e Kubernetes.  

Neste artigo, vamos mostrar para você o que é GitOps, como ele funciona, seus benefícios e desafios, além de entender por que ele está ganhando tanto espaço nas estratégias de DevOps

O que é GitOps? 

GitOps é uma prática que aplica os princípios do Git e de desenvolvimento de software ao gerenciamento da infraestrutura. Ou seja, todo o estado desejado da infraestrutura (configurações, políticas, versões de aplicações etc.) é descrito como código em repositórios Git. A partir daí, ferramentas de automação garantem que o ambiente real esteja sempre sincronizado com esse estado descrito. 

A ideia central é simples: o Git passa a ser a única fonte de verdade da infraestrutura. Isso significa que qualquer mudança deve ser feita via pull request, revisada, aprovada e registrada com versionamento. Depois disso, ferramentas como Argo CD ou Flux se encarregam de aplicar as alterações automaticamente no cluster. 

Por que GitOps está em alta? 

A resposta a essa pergunta está na combinação de controle, automação e transparência. Em vez de aplicar comandos manuais em produção ou lidar com scripts soltos, o time pode versionar tudo como código, com histórico e rastreabilidade. Isso eleva o nível de confiança nas mudanças, facilita rollback, promove auditoria e reduz drasticamente erros humanos. 

Uma pesquisa recente da CNCF (Cloud Native Computing Fudation) mostrou que 91% dos entrevistados já estão usando práticas GitOps —sendo que 60% usam há mais de um ano e 31% começaram nos últimos 12 meses. Esses dados apontam para uma maturidade crescente na adoção da prática. A mesma pesquisa identificou que os principais motivadores para a adoção são: 

  • Entrega de software mais rápida (71%) 
  • Melhor gestão de configurações (66%) 
  • Maior consistência nos deployments (66%) 

Além disso, 69% dos profissionais identificaram a substituição de processos manuais pela automação como o principal benefício de segurança do GitOps. Isso mostra como essa abordagem também está sendo usada em resposta aos desafios de segurança em ambientes de nuvem e containers. 

GitOps na Nexxt Cloud: uso prático e visão de futuro 

Aqui na Nexxt Cloud, já utilizamos GitOps em diferentes frentes para atender clientes que precisam padronizar e automatizar sua infraestrutura. Em muitos desses projetos, GitOps entra como um facilitador para ambientes multicloud, ajudando a replicar configurações e workloads em diferentes provedores com consistência. 

A visão de futuro da Nexxt também caminha na direção de ampliar o uso de GitOps integrado a outras soluções, como infraestrutura imutável, Service Mesh e segurança Zero Trust. Com o Git como ponto central de controle, temos mais agilidade para responder a incidentes, criar ambientes efêmeros e manter a rastreabilidade em todo o ciclo de vida da infraestrutura. 

Como funciona na prática? 

Imagine que seu time precisa atualizar a versão de um microsserviço em produção. Com GitOps, essa alteração não é feita diretamente no ambiente. Em vez disso, você faz um commit alterando o manifesto YAML correspondente, por exemplo, no repositório Git. 

Esse commit é submetido a uma revisão de código e, após ser aprovado e mesclado à branch principal, entra em ação uma ferramenta como o Argo CD. Ela detecta a mudança e aplica automaticamente a nova configuração no cluster Kubernetes. Caso haja divergência entre o que está no Git e o que está rodando, a ferramenta alerta ou corrige, o que promove a conformidade. 

Essa abordagem tem uma série de vantagens embutidas: o versionamento automático de tudo o que muda, a possibilidade de aplicar o mesmo ambiente em outro cluster com um simples git clone, e uma integração fluida com as práticas de CI/CD. 

Benefícios tangíveis do GitOps 

  1. Velocidade com controle: mudanças são aplicadas mais rapidamente, mas com aprovação, testes e rastreabilidade. 
  1. Observabilidade e auditoria: o Git registra tudo —quem mudou, o quê e quando. 
  1. Resiliência e reversão fácil: se algo der errado, basta fazer um rollback no Git para restaurar o estado anterior. 
  1. Menos erros humanos: ao eliminar operações manuais, o risco de erros em produção cai drasticamente. 
  1. Ambientes reproduzíveis: com tudo versionado, criar ambientes idênticos (dev, staging, prod) fica muito mais fácil. 

Mas nem tudo são flores 

Apesar de seus muitos benefícios, a implementação do GitOps traz desafios. Ainda segundo a CNCF, 46% dos entrevistados enfrentam resistência das equipes em confiar totalmente na automação, e outros 46% apontam a falta de treinamento e experiência como barreiras importantes. 

Outro ponto crítico é que GitOps exige maturidade cultural e técnica. O time precisa ter boas práticas de Git, cultura de revisão de código, familiaridade com YAML, pipelines, containers, além de configurar bem as ferramentas de sincronização. Em outras palavras, não basta instalar o Argo CD e sair aplicando manifesto. GitOps precisa de método. 

Para além do Kubernetes 

Embora seja muito associado ao Kubernetes, o GitOps não se limita a ele. É possível aplicar seus princípios em outras frentes, como configurações de infraestrutura em nuvem (via Terraform ou Pulumi), gerenciamento de secrets (com Vault), entrega de aplicações serverless e muito mais. 

O que importa, no fundo, é manter o Git como fonte de verdade e garantir que o estado real esteja sempre em conformidade com o que foi versionado. Isso vale para clusters, VMs, bancos, políticas e tudo o mais que puder ser descrito como código. 

GitOps é mais do que uma buzzword 

GitOps não é uma ferramenta específica, nem uma receita pronta. É uma filosofia operacional que transforma o Git em um ponto central de controle —algo que faz muito sentido em um mundo cada vez mais orientado por código, automação e observabilidade. 

Se aplicado com cuidado, GitOps traz ganhos reais de segurança, escalabilidade e previsibilidade. Para times que já vivem no universo Kubernetes, é quase uma evolução natural. Para os demais, é um convite para repensar como a infraestrutura é gerida. 

No fim, o que o GitOps propõe é simples, mas poderoso: infraestrutura como código, com cultura de desenvolvimento. E isso, mais do que tendência, é um caminho para o futuro. 

Na Nexxt Cloud, estamos sempre atentos às melhores práticas do mercado para apoiar nossos clientes em suas jornadas de transformação digital. Com uma equipe especializada em infraestrutura em nuvem, automação e segurança, ajudamos empresas a implementarem soluções como GitOps de forma estratégica e eficiente. 

Se você quer saber como aplicar esse modelo no seu ambiente ou explorar novas possibilidades para modernizar sua operação, fale com a gente. Estamos prontos para caminhar ao seu lado, da teoria à prática. 

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